Aparecida de Goiânia, 02 de agosto de 2023- A cidade de Aparecida de Goiânia continua a ser o foco de uma pesquisa pioneira que busca traçar o perfil dos agentes culturais e explorar os indicadores culturais que movimentam a cidade.
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Realizada pelo Grupo de Pesquisa e Inovação Lab. Culturas da Escola do Futuro Luiz Rassi, o estudo foi coordenado pelo gestor cultural e pesquisador Pablo Lopes. O estudo promete apresenta insights valiosos sobre o mundo do trabalho dos profissionais da cultura após o contexto da pandemia de COVID-19.
O estudo, que compreende como agentes culturais desde técnicos, pesquisadores, artistas, gestores, produtores culturais até arte educadores e captadores de recursos, visa entender como as atividades artísticas e culturais são influenciadas pelas condições de trabalho e o contexto social em que estão inseridas.
“A cultura desempenha um papel vital na identidade e desenvolvimento de uma cidade. Nossa pesquisa busca compreender as adversidades enfrentadas pelos agentes culturais após o impacto da pandemia, além de identificar oportunidades de fortalecimento da cultura em Aparecida de Goiânia”, comenta Pablo Lopes, coordenador da pesquisa.
Localizada na região metropolitana, Aparecida de Goiânia é o segundo município mais populoso do estado de Goiás. De acordo com a Lei Complementar nº 124/2016, que institui o Plano Diretor no Município de Aparecida de Goiânia, a cidade está dividida em 11 Macrozonas. Mais de 40% dos empregos da cidade estão vinculados ao setor de serviços.
O estudo apresenta os dados quantitativos por meio de estatística descritiva, e coletou os dados por meio de um instrumento de pesquisa ao longo dos meses de outubro de 2022 a janeiro de 2023.
A pesquisa também buscou entender as formas de acesso ao financiamento cultural e os meios de comercialização de serviços e produtos culturais na cidade, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas e para o fomento da economia da cultura.
Com resultados promissores, pesquisa promete ser uma referência valiosa para a promoção e valorização da cultura na cidade de Aparecida de Goiânia.
Para além da repercussão cientifica, a solidez dos dados também deve ser observada para o desenho de programas e políticas públicas locais.
Alguns dados:
• A pesquisa apurou que a maior parte das agentes culturais se identificam como do gênero feminino (59%). O grupo masculino representa 41%;
• Sobre cor e raça, os agentes culturais de Aparecida de Goiânia são pardas 45%, seguindo por branca 37% e preta 17%. Com isso, a maioria são negros (pardo+preta conforme classificação do IBGE);
• 26% dos respondentes correspondem à faixa de 31 a 40 anos. Destaca-se os mestres e mestras da cultura, agentes culturais com mais de 60 anos chega a 18% da mostra;
• Sobre ensino, 40% cursam ou já completaram o ensino superior;
• Quando questionado sobre o tempo de atuação no setor cultural, 19% apresentam mais de 30 anos de atuação profissional na área,
• Atuação cultural de 22% dos agentes culturais é vinculada ao segmento do artesanato, 14% da dança e música, 7% e 6% do teatro e hip hop (os quatro elementos);
Emprego e renda
• 60% dos respondentes atribuem que a sua principal fonte de renda não é originada do trabalho cultural;
• A renda média não artística varia entre um a dois salários-mínimos e renda média artística, fica entre três e cinco salários-mínimos;
• Dos que tem a principal fonte de renda vinculada ao trabalho cultural, 30% são trabalhadores autônomos, o alto índice de trabalhadores autônomos como trabalho informal, legam aos artistas vulnerabilidade frente ao mercado de trabalho e seguridade social;
• 16% são Microempreendedor Individual – MEI.
• Dos que tem a principal fonte de renda não artística, 42% são CLT
• Sobre representação de classe, ainda que a categoria de maior representatividade seja a de indivíduos que não participam de qualquer grupo (42,5%), a soma das demais alternativas mostra que 67,5% dos artistas se associam a algum formato de instituição coletiva.
[+] informações:
labculturas@gmail.com
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Autor do texto: Pablo Lopes