Agamenon Mariz está há mais de 15 anos atuando como diretor de fotografia, no Mercado goiano.

Infância e Carreira

Meu nome é Agamenon Ferreira Mariz, sou Diretor de Fotografia, tenho 46 anos, nasci em Santana do Araguaia, interior do Pará. Tive uma infância de família simples no Norte do Brasil. Brincando na rua, tomando banho de rio e estudando em escolas públicas, como era de praxe nessa parte do país. Meu pai trabalhava em fazendas de empresas de grande porte. Nos mudávamos frequentemente para estas fazendas, que pelo porte que tinham, eram feitos vilas para acomodarem os colaboradores. Então, parecia que morávamos em pequenos bairros, só que com casas construídas no mesmo projeto. Essas fazendas se localizavam no Pará mesmo onde nasci e também no Mato Grosso. Somente aos 13 anos fui morar definitivamente  em Goiânia, cidade que visitava sempre pelo fato da família de minha mãe residir nessa capital.

Estou com 26 anos de carreira, iniciei minha carreira em 1997 a convite do meu tio Andre Montelo que é Diretor de Fotografia também. A principio, fui trabalhar numa produtora chamada Life Produções como assistente de câmera. Nessa época, a Life tinha um contrato com a Emater, e produzia um programa semanal chamado Emater TV. Em 1998, saí do programa para dentro da Life mesmo, fazer minha primeira campanha política no Tocantins. Em 1999, iniciei na Makro Filmes, ainda como assistente de câmera naquele ano, foi onde pude ganhar experiências trabalhando em grandes produções, incluindo duas em filme 16mm, sendo, 1 filme para Mr Foot, loja de calçados e outro para prefeitura de Goiânia.

Na fotografia mesmo, só veio a primeira chance em 2001 na Taquinho Criação e Imagem. Senti que já podia dar esse passo a mais na minha carreira pela experiência adquirida trabalhando com bons fotógrafos ao longo do tempo que fiquei nessas produtoras como: meu tio mesmo Andre Montelo e na Makro com o Sebastião Silvestre! Nesse período, era um produtora que rodava muito para governo e prefeituras do estado, poucas vezes executando para a iniciativa privada. Na Taquinho, surgiu a oportunidade de trabalhar no primeiro curta-metragem documental chamado: Além do Outdoor.

Em 2004 sai da produtora e comecei a trabalhar como freelancer, onde tive oportunidade de percorrer as produtoras de Goiânia e tornar meu nome conhecido pelos profissionais. Uma dessas produtoras foi a Set Produtora, e dela, recebi um convite em 2007 para fazer parte em definitivo do quadro de funcionários. Fizemos trabalhos importantes ao longo dos anos tanto para iniciativa privada quanto governos. E dentre esses trabalhos, destaco um institucional que fizemos para o Sebrae, onde viajamos para partes importantes do norte do País e registramos os mais diferentes povos e seus biomas e sincronicidades com o meio ambiente numa economia de subsistência.

Sai da Set Produtora em 2014 para entrar numa outra produtora chamada Terravista. Nessa época, já havia maior reconhecimento do meu trabalho, mesmo assim, o aprendizado nunca para. Conheci e tive oportunidade de dividir o set e aprender com DoP Jorge Floretta por quase 1 ano. Um fotografo Uruguaio que havia feito campanhas importantes pelo nosso continente, e algumas produções na Europa como: comerciais de lançamentos da Champions League por duas vezes.

Em 2015 a Terravista acabou fechando em Goiânia pela falta de clientes que produzissem o formato que empresa havia disposto a trabalhar. Consequentemente tive que ser desligado da empresa em Goiânia, mas tive a oportunidade de rodar alguns projetos posteriormente em Goiânia mesmo e Fortaleza, onde hoje fica sua sede.

Desde 2015, estou como freelancer produzindo ainda nas produtoras do estado de Goiás e fora oportunamente. Hoje o trabalho é ainda mais reconhecido e consequentemente houve mais convites de outras produtoras inclusive com alguns trabalhos ganhado prêmios de publicidade.

Os profissionais que me inspiraram a começar foi primeiro o meu tio Andre Montelo, que continua inspirando junto com outros que aprendi bastante como o Antônio Eustáquio (Taquinho), Grande diretor na época e fotografo, e que era o dono da Taquinho Criação e Imagem, Sebastião Silvestre (Tiãozinho) na Makro, Jorge Floretta e um grande Fotografo inglês que sou muito fã: Sir. Roger Deakins.

Dificuldades

Tive alguns momentos difíceis ao longo da minha carreira, como perder o emprego em 2015 na Terravista que era uma produtora referência e detentora de grandes projetos para se trabalhar, onde um dos meus trabalhos naquele ano foi premiado na publicidade. Mas com certeza o mais difícil foi o período em que a pandemia nos obrigou a ficar em casa sem trabalhar e sem nenhuma perspectiva financeira.

 Processo criativo

Ao longo desses anos tive gratas felicidades. Trabalhei com figuras importantes na publicidade nacional, artistas reconhecidos e profissionais na área técnica e direção de prestígio. Alguns trabalhos foram muitos importantes, mas posso citar um recente, não pela estrutura que foi bem reduzida, mas pela experiência de estar in loco, que foi gravar numa aldeia da etnia Kalapalo os jogos no Xingu!.

Quanto as referências estéticas, acredito que a priori não fui buscar na fotografia em si, mas na pintura. Sempre gostei da luz marcada nas obras de Rembrandt e Caravaggio. Mas sempre que vejo algo que gosto ao longo do dia, gosto de guardar para experimentações em trabalhos futuros.

Mercado Goiano e novos profissionais

O audiovisual se tornou democrático. Hoje, pelo o que a tecnologia nos proporciona, temos muita facilidade em produzir de formas mais simples . Isso fez com que essa democracia fosse expandida e esse numero crescente de profissionais, criarem ainda mais concorrência em um mercado onde há orçamentos bem tacanhos, como este de Goiás. Claro que todos querem e precisam trabalhar, e claro, oferecem seus recursos a preços cada vez mais baixos, o que só beneficia o cliente. Mas nem sempre esses profissionais que entram no mercado trazem uma estética e know-how para agregar de fato o mercado publicitário. Apenas fazem registros de cena que agradam o cliente que pediu exatamente aquilo, sem ter conhecimento muitas vezes de estudos de mercado e o que deveria de fato fazer para agregar ao seu negócio.

Quanto ao cinema, tecnicamente deu um salto de qualidade estética. Hoje se produz e faz cinema em Goiás com profissionais capazes de atuar em qualquer lugar do país, e isso já vemos acontecer. Minha área é mais a publicidade, e mudar hoje é algo fora de questão. Os vícios adquiridos ao longo dos últimos 15 anos só tendem a serem mais inflados no mercado goiano principalmente e não enxergo solução viável hoje para mudar.

Aos novos profissionais, diria que não fique estagnado e esperando a mudança acontecer e cair no seu colo. Evolua junto com o que é oferecido, mas procure criar para se destacar futuramente.

Contato
e-mail: agamenonmarizdop@gmail.com

instagram: @agamenonmarizdop

telefone: (62) 98161-6605

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