Cris Adonis é natural de Uberlândia – MG, possui cerca de 30 anos como diretor de Fotografia.
Acervo Cris Adonis
Infância e Carreira
Olá, meu nome é Cris Adonis (Crisão), tenho 44 anos, atuo como Diretor de Fotografia, 1ºAC, Steadcam Operador. Nasci em Uberlândia-MG, tive uma infância normal, igual a todos filhos de fotógrafos, brincando com lentes e câmeras.
Tenho cerca de 30 anos de carreira, pois conto a partir do dia em que recebi por um “Job” (trabalho na época) quando tinha apenas 15 anos de idade, mas desde criança, tenho contato com câmeras, lentes, luzes, flashes e ambiente de estúdio de gravação. Foi uma paixão que virou profissão.
Bom, não tive muito que pensar, “filho de peixe peixinho é”, mas tudo começou no ano de 1995, em uma produtora de vídeo na cidade de Uberlândia-MG. Na época, as produtoras não pipocavam tanto quanto acontece hoje, e para se ter uma produtora, demandava-se muito dinheiro e ainda era um mercado muito mais restrito.
Lembro-me que no inicio, como assistente, logo de cara caí em uma mega produção filme da botinas Zebu, em que a garota propaganda era a Angélica (na época ela andava de táxi). Dei muita sorte por ter iniciado ao lado de ótimos profissionais, que hoje são velhos amigos, e seria até injusto citar algum e me esquecer de alguém.
Difícil falar sobre quais profissionais me inspiraram, citando idealizadores, porque sempre procurei inspirações nas obras, se for citar cada uma, vou longe.
Acervo Cris Adonis
Dificuldades
Acredito que enfrentar a pandemia no Brasil com o desgoverno que tínhamos foi um momento muito difícil, não só para mim, mas acredito que para muitos profissionais em diversas áreas.
Agora sendo mais específico a maior dificuldade que me deparei, Outra passagem muito difícil, foi quando me tornei operador de steadcam. Na época a internet era discada e o youtube estava começando, quando o proprietário da produtora onde comecei minha carreira, ligou me convidando para uma visita. Fui até lá no dia seguinte, onde ele me mostrou um equipamento que tinha acabado de adquirir, um ‘steadcam’. Disse ele que estava com preço bom e comprou, mas estava a meses com o equipamento parado. Disse que os poucos que ousaram a operá-lo desistiram após 10 minutos ao tentar fazê-lo funcionar. Perguntou-me se eu tinha interesse em aceitar o desafio, e fazer com ele uma parceria.
Bom, como não sou de correr de desafios, fui ver qual era o equipamento, pois anteriormente havia utilizado-o em produções no passado com o qual havia trabalhado pela primeira vez no filme da botinas Zebu. Posteriormente, utilizei-o novamente em um projeto para o Pousada do Rio Quente, equipamento do saudoso Marcão de BH.
Eu tinha uma vaga ideia de como funcionava, não tinha em mãos um manual e a pessoa que poderia me auxiliar, estava a mais de 600km de distância. O jeito foi ir na raça, depois de muito sofrimento comecei a tirar resultados do equipamento.
Todo início é difícil, não importa o que você faça. Comecei oferecendo diárias gratuitas ou a valores simbólicos para mostrar para a galera que podiam contar com esta nova ferramenta nos sets de filmagem. Foi sofrido, mas logo o reconhecimento veio, e rodei o Brasil inteiro como operador de steadcam e assim fiz muito amigos por onde passei, adquiri meu próprio equipamento e fiquei durante anos operando-o até achar que era hora de dar um novo passo na minha carreira e me dedicar a Direção de Fotografia.
processo criativo
O processo criativo se inicia junto com o diretor do projeto, onde ele idealiza o filme e juntos, vamos estudando a forma de executar e ir construindo a narrativa do filme iniciando pela construção do storyboard e em seguida, vamos integrando profissionais necessários para execução, Dir. de Arte, CG, figurino, etc…
Não tenho nem ideia de quantos projetos já participei em toda minha carreira, todos tiveram uma certa relevância para mim com suas dificuldades, aprendizados e satisfações. Não coleciono filmes e sim, pessoas que me acompanharam pois sem eles, nada teria acontecido.
O trabalho do Diretor de Fotografia nunca para, costumo dizer que eh 24/7 ou quase, porque quando se está dormindo os olhos estão fechados, isto se não sonhar, fico tempo todo procurando cenas e detalhes por onde ando, descobrindo situações incríveis do cotidiano, como apenas sentado na padaria tomando um café, ou em um passeio no parque. E tento reproduzi-las em parte ou em complemento a alguma outra referência, as famosas referências visuais. Mas isto não é o bastante, tem de ter uma boa dose de experiência para saber se virar nos 30, porque imprevistos acontecem mais do que podemos imaginar, e eu escreveria facilmente um livro só dos que já aconteceram comigo.
Acervo Cris Adonis
Mercado Goiano e novos profissionais
É um mercado promissor que um dia vai render bons frutos, mas infelizmente o que vemos são grandes profissionais tendo de ir embora da cidade que ama para conseguirem viver e terem o devido reconhecimento.
Aos profissionais que estão iniciando a carreira eu diria: Pense bem se é isto que você quer para sua vida, porque depois de uma vez dentro, você não vai querer sair. =)
Contato
Podem me contactar através do Instagram. Sigam-me lá no @crisadonis