Entrevista com o Diretor de Fotografia Jorge Floretta

Nascido em Montevideo, Jorge Floretta atua no mercado brasileiro à mais de 11 anos

Infância e Inicio de Carreira

Meu nome é Jorge Luis Floretta Santander, todos me chamam de “Floretta”, tenho 54 anos de edade, nasci em Montevideu, Uruguai, tive uma infância maravilhosa, com meus papais que sempre se preocuparam com meu desenvolvimento, havia muito cuidados e me incentivaram a estudar, permitindo-me também aplicar decisões pessoais, que no meu futuro me permitiram ser autónomo e ter espírito critico.

Minha carreira se iniciou quando fui convidado para um estágio em um canal de Televisão de Montevideu, Canal 4 Monte Carlo TV, lá pelo ano de 1987, estive 6 meses em fase de adaptação e aprendizado, depois fui confirmado como funcionário do Canal 4, donde trabalhei durante 2 anos. 

Em 1989 fui convidado a assumir a liderança do departamento de iluminação do Canal 10 de Montevideu, Saeta TV, em paralelo começaram as minhas primeiras experiências na área de iluminação em sets de filmagens, já que as primeiras produtoras que funcionavam dentro das agências de publicidad, in house, então decidi experimentar nessa área nova que começava a se desenvolver em Uruguai, num mercado emergente onde me dediquei a aprender de forma empírica.

Devagarinho começamos a ser aqueles trabalhadores primordiais da industria audiovisual, sem funções definidas, fazíamos todos de todo um pouco…

Esse detalhe foi permitindo, com o percurso do tempo lograr uma base sólida para dar forma a uma carreira, que me possibilitou mudar meus objetivos, primeiro ser um assistente até ser Chefe de Eletrica, Gaffer e hoje posso me considerar um CINEMATOGRAPHER, trabalhando tanto como Diretor de Fotografia e como Diretor.

Meu ultimo filme como Gaffer, foi o filme Miami Vice, com sets de filmagens entre Uruguai e Paraguai, um projeto dos estúdios Universal com Micheal Mann como Diretor e Dion Beebe, como Diretor de Fotografia, em 2006, foi um presente na minha carreira uma despedida de luxo e uma honra que me ofereceu a Metropolis Filmes a produtora de uruguaia onde eu tive meus mentores e construi minha carreira … por enquanto estava abrindo meu novo mercado em Argentina, desde o ano de 2004, uma vez consolidada minha posição de constante aprendizado na Argentina, surgiram mais e novas oportunidades, trabalhando em USA, Centro América, Colômbia, Ecuador, Paraguay, España, Chile, Alemania, Italia, para diversos clientes de renombre, como Heineken, Ron Bacardi, Ford, GMC, ESPN, até que outra nova oportunidade chegou no ano 2011 no Brasil… através da Terravista Filmes com base em GYN, e de ai para Fortaleza… hoje ja estou a 11 anos no Brasil…

Ao longo da minha trajetória, os profissionais que mais me inspiraram foram; O cinematographer australiano Dion Beebe, o francês Bruno Avelian, o diretor Ednei Martins, Fabio Berruti diretor de fotografia.

Dificuldades e processo criativo

A chegada da Pandemia para mim foi o momento mais difícil. Daí para frente nosso mercado audiovisual entrou numa zona sem retorno, um paradigma que se instalou, uma fase complicada para nos trabalhadores de uma industria audiovisual que ficou sem recuperação total… Também fazer parte de uma geração que não tem formação academia e publicitária, muitas vezes se percebe um preconceito por parte de outros artistas da área de cinema, ficamos isolados de acesso a projetos como longas…

Me lembro de outra dificuldade na minha carreira, que foi quando fiz a minha transição de gaffer para Diretor de Fotografia, recebi questionamentos sobre minha evolução no meu proprio país e decidi viajar para Argentina, uma vez que tive êxito na Argentina, as produtoras do Uruguai, voltaram a olhar novamente para mim, e logre ter uma continuidade em ambos países.

Meu processo criativo tem uma característica unica, é totalmente em solidão, a pesquisa de referências, encontrar a inspiração leva horas dedicadas até encontrar esse fluxo intangível que permite logo esse voo criativo, e se logra transmitir os conceitos, então a tradução desse linguagem literária de um roteiro a uma liguajem audiovisual tem fluidez e se consolida tudo a traves da PPM, (Primery Presentation Meeting), onde todo é combinado entre Produtora, Agência e Cliente antes de sair a gravar.

Foi chocante chegar a GYN e ver como Agências e os Clientes, rejeitavam figurinos, planos a filmar, modelos e até na edição, se reclamavam falta de cenas… ai sugeri que se fazer as PPM, antes de filmar e assim ter tudo combinado, evitando mudanças espontâneas e gravando baseados num story board. Hoje filmamos sem imprevistos que anteriormente eram bancadas pela produtora.

Todos os projetos que já fiz são importantes, e fico sempre esperando ansioso pelas novas oportunidades de projetos!!!

Mercado Goiano e novos profissionais

Para mim o Mercado Goiano tem a força do emergente…

Não podemos regular um mercado, ele flutua e nos devemos nos adaptar e reinventar, é cruel muitas vezes, mas é como a edade, a renovação geracional chega e não controlamos isso, assim como a evolução tecnológica, então a reinvenção tem de ser constante, do contrario pode te acontecer como aconteceu com a empresa KODAK…

Creio que os cuidados com os técnicos, sempre estarão na união e na confiança que ela através de um sindicato forte, do contrario sem esse marco regulatório e convênios salariais, vira uma carniça de tarifas, e tudo se deteriora…

Eu diria aos mais jovens que estão ingressando no audiovisual é: que seja paciente, decente, cuidadoso e amoroso com sua obra.

Projetos Atuais e Contato

Estou na busca constante de novas oportunidades, sabendo que eu sou minha própria e melhor chance de mudar… vivendo na oportunidade expansiva, nela todos nós participamos coletivamente de um processo saudável de creciemento.

BR (Cel) + 55 (85) 999660071

E-mail: jorgefloretta@gmail.com

https://vimeo.com/directorjorgefloretta

JORGE FLORETTA
 D.O P. & DIRECTOR

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