Antônio atua no Departamento de Fotografia a mais de 12 anos, Como Diretor de Fotografia nos principais nichos do audiovisual: cinema, musical e publicidade.
Curta “Me Balance suavemente, me balance agora” – Direção Gabriel Newton – Estratosfilmes – 2018
Infância e Carreia
Olá meu nome é Antônio Henrique Lopes Queiroz, Assino como Antônio H. Queiroz, atuo como Diretor de Fotografia / Colorista / Operador de câmera / Filmmaker, tenho 30 anos, morei até os 19 anos em Santo Antonio de Goiás, cidade pequena, mas próxima a Goiânia, desde os 14 anos comecei a fazer cursos, depois cursinhos e faculdade. Minha infância foi marcada pelo encantamento com a tecnologia. Apesar de morar no interior e ter acesso atrasado a maior parte das tecnologias da época, como computadores e o acesso à internet, meus pais sempre me incentivavam e acreditavam que isso poderia ser um grande diferencial futuramente. A primeira vez que pisei em uma sala de cinema, foi em 2011 já na faculdade, minha experiência com filmes até então tinha sido através de fitas VHS e DVDs locados em locadora. Contraditoriamente, minha família não era muito envolvida com filmes ou arte no geral, tanto que praticamente não tivemos câmera fotografia bom uns bons anos durante minha infância. Talvez por isso, nem me passava na cabeça a possibilidade de se fazer um curso voltado a audiovisual. Nessa época, eu queria fazer um curso para desenvolver programas de computadores ou algo parecido.
Iniciei no curso de Comunicação Social – com habilitação em audiovisual pela UEG, a Primeira vez que pisei em um set de cinema foi no Curta metragem My Brother do diretor Rafael Gustavo em 2011, como “bebe-agua” de maquinaria e elétrica. Ou seja, faz 12 anos. Trabalhei por um tempo como assistente de maquinaria e elétrica, fiz alguns sets de filmagens como maquinista e fui trocando aos poucos para Assistente de Câmera. Trabalhei alguns anos como Assistente de câmera (função que de vez em quando ainda exerço) até me firmar como Diretor de fotografia. Dentro da faculdade eu tornei amigo e ganhei confiança de alguns que posteriormente vieram a se tornar diretores como o Gabriel Newton e Matheus Medeiros, o que ajudou bastante a iniciar minha carreira como diretor de fotografia. O primeiro curta com orçamento que participei como fotografo foi o Horizontes do Gabriel Newton. Depois disso, continuamos filmando juntos até hoje, sendo o último projeto a Série de 10 episódios: Sal a Gosto que está em processo de finalização.
Serie de TV “Sal a Gosto” 10 Episódios (ainda sem tratamento de cor) – Direção Gabriel Newton – Estratosfilmes – 2023
Referências
Eu tenho dificuldade de citar nomes quando me perguntam minhas referências. Não vou ser hipócrita de dizer que eu me inspiro em um ou outra pessoa. Eu simplesmente bebo das mais diversas águas sem muito critério, alguns filmes acabam me marcando mais que os outros obviamente, mas acaba que eu tenho ciclos de referências que mudam bastante. Como um todo, gosto bastante de estudar filmes do Oscar, me marcou bastante os três títulos consecutivos do Emmanuel Lubezki na época e eu tenho uma admiração profunda por Roger Deakins e vibrei muito quando ele finalmente conseguiu o primeiro Oscar. Mas é claro que tem uma galera no mercado Nacional que também impressiona como Walter Carvalho, Edgar Moura, Adrian Teijido entre outros.
Dificuldades
Com certeza o momento mais difícil para mim foi o período da pandemia. Eu tinha um plano que estava indo bem antes da pandemia, apesar do mercado ter dado uma freada com as políticas públicas voltadas para o incentivo a cultura e ao cinema, existia uma movimentação em Goiás com gravação de séries e longas e muita gravação de videoclipes e comerciais antes da pandemia. Eu tive a sorte de ficar apenas 40 dias parado, o que foi suficiente para quebrar financeiramente, mas tive a oportunidade de participar de um movimento único, que foram as lives musicais. Devo ter participado de no mínimo 100 lives, das mais assistidas da época, como é o caso da live da cantora Marília Mendonça, do qual eu fui diretor de fotografia e operador de câmera, que até pouco tempo era o recorde mundial de público ao vivo pelo Youtube… Até mesmo lives institucionais fechadas para pequenas empresas.
Clipe “Saudade Sua” – Gusttavo Lima – Direção Itabagi Dibiase – Like Filmes – 2020
Processo Criativo
Meu processo criativo varia muito de acordo com a obra, cada seguimento tem seu tempo de produção, as vezes é muito rápido, eu entro em um projeto pra gravar 2 dias depois como um VT ou videoclipe… As vezes entro com o projeto embrionário, a ser inscrito em uma lei de incentivo e ser filmado 1 a 2 anos depois. Mas acabo sendo bastante prático, tento sugar o máximo de informação que o diretor tem sobre aquele projeto, gosto muito quando o diretor me manda referencias imagéticas e de montagem, para depois começar a trabalhar em cima. Eu entendo que boa parte da direção de fotografia já foi direcionada pelo roteirista na hora de pensar e desenvolver a história, se a gente prestar atenção, está tudo lá: as emoções, as cores e todas as emoções que a história precisa passar. Nosso trabalho é na maior parte do tempo, colher essas informações e conseguir transformá-las em imagem.
Tenho bastante carinho pelo Sal a gosto, que foi o último grande projeto que participei, justamente por estar cercado de amigos e superprofissionais. Um set que foi tranquilo, apesar de corrido, se mantem um clima de trabalho muito bom. É aquele papo, tenho carinho por todos os projetos que participei, mas alguns ficam guardados como referencia de como eu gostaria de trabalhar sempre e do resultado alcançado. Para citar alguns desses projetos que tenho mais carinho são os curtas Cavaleiros e Não Perturbe, projetos com estilos antagônicos tanto de narrativa, quanto ao processo de criação.
Sou bem eclético e desorganizado com referências, não consigo citar obras com facilidade, não consigo lembrar de filmes que vi alguns anos atrás, sou bem ruim com isso. Não que eu não tenha essas referências ou não as use, mas é algo muito mais subjetivo do que elaborado. Sempre que assisto algo, seja de super produções de cinema ou até mesmo vídeos no youtube pelo celular, sempre presto muita atenção a detalhes e isso fica de alguma maneira guardado e é resgatado, muitas vezes sem nem se lembrar onde vi aquilo.
Curta “Cavaleiros” Direção Gabriel Newton – Estratosfilmes – 2018
Mercado goiano
Eu sinto que o mercado já foi maior, com produções mais frequentes. Ele cresceu de certa forma, hoje produzimos muito mais séries e longas do que anos atras, mas ao mesmo tempo, mas produções menores, que são as que empregam a maior parte dos profissionais de forma mais frequente, diminuíram muito. Por um lado, os cachês melhoraram, por outro, a quantidade de pessoas no set diminuiu. E uma grande parte dos profissionais quando chegam a certo ponto na carreira, se mudam para São Paulo ou Rio em busca de mais fluxo de trabalho. Acredito que isso faça parte do processo. A medida que o fluxo estiver maior por aqui, o setor consegue manter mais profissionais de ponta atuando no estado. A falta de constância, para que os profissionais não esfriem entre um projeto e outro. É frustrante quando se termina um projeto e você fica à deriva de novos projetos. O mercado sente, o profissional sente, eu gostaria de ver o mercado goiano gravando projetos simultâneos, todos os meses, ocupando todo mundo e assim estimulando crescimento profissional em todos. Todo mundo ganha com isso! Hoje o profissional que quer se estabelecer fazendo Direção de fotografia exclusivamente para cinema e TV, dificilmente consegue se manter. Ele precisa partir para outras áreas.
O que você diria a um profissional iniciante?
Estude bastante, teste bastante, ouça bastante!
Projetos atuais
Atualmente, estamos trabalhando na finalização da série “Sal a gosto”, que deve ser lançada apenas no ano que vem, entre outros projetos de videoclipes e VTs comerciais. Tenho um demoreel interessante no meu site, assim como fotos de set, frames de projetos. “antonioh.com”
Contato
Estou no instagram pelo perfil @antoniohqueiroz, também tenho meu portfolio no endereço: www.antonioh.com