Infância e carreira
Meu nome é Francisley Macedo, meu apelido é Chico Macedo, atualmente
tenho 41 anos e estou próximo aos 20 anos de carreira. Minha infância foi
bem simples, comecei a trabalhar com 7 anos de idade, morei no Pará até os
13 anos, depois mudei para Goiânia onde moro até hoje. Meu primeiro
contato com o cinema foi aos 10 anos de idade, qual eu fui assistir o filme O
Menino Biônico no cinema, depois um desconhecido deixou eu olhar no visor
de uma filmadora, isso ficou guardado em minha mente.
Meu início de carreira foi em uma produtora de vídeo chamada, Makro vídeo.
Lá eu comecei como estagiário por 6 meses . Logo depois eu comecei
trabalhando no departamento de câmera, fui assistente de câmera, operador
de áudio e daí mais tarde eu comecei como elétrica e maquinaria. Ao longo
de minha carreira o profissional que mais me inspirou foi um cinegrafista
chamado Sebastião Silvestre, mais conhecido como Tião. O Tião é minha
inspiração, por que eu trabalhava em uma churrascaria próximo á produtora
Makro Vídeo, um dia eu cheguei na porta da produtora e perguntei: quanto
vocês cobram para me ensinar a mexer com câmera? Daí o Tião na porta
naquele momento não se identificou como o gerente, ele simplesmente
falou você quer trabalhar com isso? eu falei que queria. Ele falou assim: pode
vir estagiar aqui com a gente que eu te ensino. Então isso para mim foi muito
gratificante porque ele me deu de acesso a todo o conhecimento que eu
tenho hoje, claro que eu me aprimorei, mas se não fosse o apoio dele de me
oferecer aquele estágio eu nem aqui estaria. Ao longo desses 20 anos vieram
outros nomes como: Joaquim, Emerson Maia, Naji sidki entre outros .
Pra mim o trabalho mais impactante como maquinaria foi rodar um projeto da
Discovery no ano de 2010, fui convidado por uma produtora de Brasília para
viajar o Brasil rodando um documentário chamado Brasil classe “A”, com o
objetivo de explorar as riquezas do Brasil do público classe “A”. Foi bom
conhecer o nosso país. Eu cheguei a esse projeto através de um convite de
um de um fotógrafo daqui de Goiânia, o Emerson Maia. Ele estava rodando
um comercial ” luz para todos”, do governo federal. Ele falou que conhecia
um maquinista/elétrica, através dessa indicação do Emerson que também
foi um grande mentor na minha carreira no cinema, pois através dessa
indicação que eu tive acesso a essa produtora, a novos conhecimentos e
pude trabalhar com essa produtora em Brasília.
O trabalho recente que mais gostei de trabalhar foi uma série da Globo Play
chamada Rensgahits. É uma série que fala sobre o universo do sertanejo
goiano. Essa série me abriu diversas portas para outros mercados, através
dela eu consegui fechar vários longas em São Paulo. Desde de maio deste
ano que eu estava em São Paulo, rodando longas.
Dificuldades e processo criativo
O momento mais difícil na minha carreira com certeza foi enfrentar o racismo
velado da época, Um vez fui retirado de uma equipe em um set de filmagem
porque o diretor não gostava de preto. Quando eu sofri esse racismo dentro
da produtora eu pensei em desistir, pensei em abandonar a carreira, mas tive
uma rede de apoio que não deixou isso acontecer. Hoje o racismo dentro do
cinema é combatido, porque hoje tem leis mais fortes para proteger contra
esse tipo de coisa. O racismo, o assédio moral e o assédio sexual hoje é
mais combatido do que antigamente.
Mas até hoje sinto que a maior dificuldade que tenho são projetos grandes na
qual tenho de lidar com equipamentos novos, vencer esses desafios é o que
me move.
Bom meu processo criativo começa bem antes de iniciar o projeto de fato,
quando tenho um arsenal novo de equipamentos de maquinaria que ainda
não conheço, tenho de aprender técnicas, desenvolver procedimentos, para
isso eu estudo sobre, faço projetos, maquetes e planta baixa, não
necessariamente todos juntos. E sempre em contato com todo o
departamento de fotografia, as vezes também com o som pra poder ajudar da
melhor forma possível sem invadir o departamento alheio claro.
Mercado Goiano e novos profissionais
O mercado de cinema goiano já foi muito bom, hoje infelizmente está em
decadência e desatualizado, fazendo com que vários profissionais migrem
para outras áreas e até mesmo outros estados como São Paulo. O mercado
cinema de Goiânia há uns 10 ,12 anos atrás ele era mais fomentado, tinha
mais patrocínio, pagavam melhor os cachês, o cinema tinha um tempo de
produção e de execução. Hoje está muito difícil você realizar uma obra de
audiovisual para festival. A questão de estar desatualizado é porque os
profissionais migraram para as gravações de DVD, para a publicidade e não
buscaram se atualizar no sentido de novos equipamentos, novas fontes de
luz, novas maquinarias. Então do ponto de vista técnico, meio que a cidade
estagnou. A sensação que tenho é que não tem buscado ou não tem tido
ajuda para se atualizar, pararam de fazer workshop, pararam de buscar
novas parcerias e isso meio que fez com que o nosso mercado parasse no
tempo. Acredito que por falta de ter um sindicato forte e atuante nas questões
de cachê e jornada de trabalho, na valorização dos profissionais e também
uma reciclagem desses profissionais com formações, treinamentos e cursos
sobre ética, profissionalismo e etc. Ainda assim eu diria aos profissionais que
estão chegado: “vai e não desista”, pois o mercado do audiovisual é um
mercado que dá futuro não só financeiro mas também culturalmente.
Contato
Bem quem quiser conversar comigo, pode me mandar mensagem através do
meu whatsapp: (62) 9997-63578, meu Instagram: chicomacedos e o meu email:
chicomacedo41@gmail.com
Essa iniciativa de mapear os profissionais de fotografia do cinema goiano é muito interessante. Parabéns Gleig e Chico Macedo, vocês tem muito a contribuir 🙂
Maravilha!! Precisamos de mais espaços para divulgar os profissionais que fazem acontecer bem antes de tudo começar!!